Numa atitude inesperada e insensível com a realidade em que vivem os trabalhadores em geral, especialmente os do setor de alimentação, que mesmo diante do aumento da pandemia, não podem parar ou trabalhar remotamente, pois produzem alimentos para as pessoas, o prefeito de São Gabriel do Oeste, cidade há 130 km de Campo Grande, Jeferson Tomazoni (PMDB) rejeitou incluir esses trabalhadores no grupo prioritário de vacinação emergencial.

Preocupado com alto índice de contaminação dos trabalhadores que atuam em sua base de representação, especialmente nos frigoríficos, o presidente do Sindmassa-MS, Fábio Alex Salomão Bezerra iniciou uma cruzada pelo Estado, buscando sensibilizar as autoridades públicas e sanitárias para a necessidade de imunizar quem produz alimentos para as pessoas e por isso, não podem parar mesmo com a chegada da nova cepa indiana que vem assustando pela velocidade da contaminação.

Por conta desse triste cenário que o país atravessa, o governo federal estabeleceu critérios emergenciais para vacinação e neste critério estão incluídos os trabalhadores das indústrias por conta das exportações, tão importantes para a economia nacional.  Em vários municípios do estado, Fábio obteve apoio para vacinar estes trabalhadores, como Japorã, Eldorado, Mundo, Iguatemi, Juti, Terenos, entre outros que se colocaram como prefeitos amigos da alimentação, menos em São Gabriel do Oeste, pois o prefeito alegou falta da vacina para atender essas categorias como essenciais.

Em Iguatemi, cidade há 466 km de Campo Grande, com aproximadamente 16 mil habitantes, o prefeito Lídio Ledesma (PP) não somente autorizou a vacinação emergencial dos 600 trabalhadores do frigorífico Agroindustrial Iguatemi, no último dia 17, como esteve no local para verificar os trabalhos, cumprimentar os funcionários e a equipe de enfermeiros.

Postura totalmente diferente ocorreu em São Gabriel, cidade com aproximadamente 27 mil habitante, onde o prefeito Jeferson Tomazoni negou aplicar a vacina em aproximadamente 3000 trabalhadores distribuídos pelos Frigorificos Boibrás, Aurora e outros setores que vivem aglomerados todos os dias em locais úmidos, frios e que não puderam parar durante a pandemia e continuam expostos à contaminação para que a população possa se alimentar adequadamente.

São Gabriel do Oeste registrou até a última quarta-feira dia 26, 50 novos casos da doença. A cidade totalizou 3.147 pessoas infectadas pela Covid-19. Dos 364 casos ativos no município, 17 estão hospitalizados com a doença em Campo Grande. A Secretaria de Saúde ainda aguarda o resultado de 149 amostras encaminhadas ao Lacen. Até o momento são 56 óbitos.

Com apenas 41 anos de idade, completada no último dia 12 de maio, São Gabriel do Oeste figura como uma cidade modelo de desenvolvimento e prosperidade em Mato Grosso do Sul. Sua origem de povo sulista, considerado ordeiro, unido e trabalhador em nada parece com a atual gestão do prefeito Jeferson Tomazoni que não enxerga em sua mão de obra qualificada a razão de tanto progresso e riqueza. Protegê-la, valorizá-la e incentivá-la faz parte das ações de quem governa com os olhos para o futuro.