O sindicalista Daniel Santos de Jesus, diretor do Sindmassa na cidade de Rochedo, distante de 90 km de Campo Grande, vem sendo constantemente ameaçado de morte por representantes do Frigorífico Navi Carne, utilizando inclusive, agentes da Polícia Civil para intimidar e calar o sindicalista que atua fortemente na defesa dos trabalhadores do frigorífico.

Em plena campanha salarial, o Sindmassa-MS vem encontrando muitas dificuldades para concluir o Acordo Coletivo de Trabalho, enfrentando uma empresa disposta a mudar inclusive sua nomenclatura jurídica, CNPJ e todo o material de marketing para não remunerar dignamente seus trabalhadores. Para fazer o embate e cobrar uma postura mais humana por parte da empresa, o sindicato tem atuado no sentido de politizar o trabalhador e sensibilizar a empresa para a necessidade de respeitar o trabalhador. Diante da firme postura do sindicalista, a empresa vem sistematicamente ameaçando-o de morte para silenciar sua voz e impedir que o trabalhador lute por seus direitos.

No último 5 de abril, o sindicalista foi acompanhar uma rescisão de um trabalhador na empresa, o segurança da portaria, que por questão de legislação não poderia trabalhar armado, portando arma branca e segundo o sindicalista, estava provavelmente armado com revólver, fez grave ameaça de morte ao sindicalista na presença de vários trabalhadores, dizendo que cortaria o seu pescoço por estar descontente com as ações do representante sindical.

As ameaças continuaram no dia seguinte, 6 de abril, por volta das quatro horas da manhã, quando se preparava para voltar para casa, após viajar no ônibus da empresa com os trabalhadores até o portão de entrada, uma pessoa chamada por “Valdir”, encarregado do setor de embarque do Navi Carne, que subiu no ônibus onde o sindicalista, totalmente alterado, dizendo-se insatisfeito com a postura do sindicalista de ficar fomentando os trabalhadores para lutar por seus direitos e também o ameaçou de morte muito em breve. Ainda voltando para casa, o ônibus da empresa onde o sindicalista voltava para casa, foi parado defronte a Delegacia de Polícia de Rochedo, onde o diretor do Navi Carne Erasmo e o coordenador de Recursos Humanos, Rafael Matzuki o aguardava para tentar convencer o delegado a autuar o sindicalista por um algum crime na Constituição.

Ao ser questionado de suas ações por um policial civil, conhecido como “Gucha”, Daniel explicou a situação vivenciada até aquele mesmo, sendo na oportunidade, orientado a voltar mais tarde com o advogado do sindicato. Mas, um outro policial de nome “Alexsander”, dentro da mesma delegacia, fez mais uma ameaça ao Daniel, afirmando que armaria alguma situação para enquadrar o sindicalista em algum crime a fim de tirá-lo de circulação, sem ao menos ouvir as razões que levaram o representante sindical a ser perseguido  pelos representantes do Navi Carne.

Outra situação que precisa ser apurada  pela Justiça foi a surra que o sindicalista levou na cidade, em pleno carnaval, que segundo o sindicalista foi a mando de um vereador conhecido por “Fabinho”, que seria parente do dono do frigorífico. Como todo covarde, que não teve coragem de agir sozinho, mandou que seus capangas surrasse o sindicalista por conta de suas ações contra o frigorífico na defesa dos trabalhadores.

A direção do Sindmassa, bem como o próprio sindicalista Daniel Santos de Jesus estão apreensivos pelo encaminhamento da relação institucional entre capital e trabalho em Rochedo, onde uma campanha salarial que busca melhorar as condições de vida dos trabalhadores não tem encontrado respaldo no bom senso da empresa e ainda tem enfrentado a ingerência do Estado em calar o sindicato, perseguindo e ameaçando seus representantes legais, colocando em risco a ordem pública e social, demonstrando total falta de preparo dos entes públicos na intermediação de conflitos secularmente ocorrida nas relações de trabalho. Para tentar assegurar os direitos estabelecidos na lei, o Sindmassa estará vai registrar um boletim de ocorrência, ao mesmo tempo vai fazer a denúncia na Corregedoria da Polícia Civil pelo comportamento do policial de Rochedo na ameaça ao sindicalista.